Mais empresas de tecnologia se juntaram às sanções impostas à Rússia por causa da guerra no leste da Europa. A Netflix anunciou que vai deixar o país e cortar seu serviço de streaming por lá. Antes, a produtora havia se limitado a interromper a produção de suas séries russas, como Anna K. Outra paralisação é a da Congent Communications, 2º maior provedor de internet do país, que não vai mais fornecer sinal a clientes e empresas do país.


Antes de suspender suas atividades na Rússia, a Netflix confirmou que não iria oferecer um espaço em sua plataforma para 20 canais da mídia estatal. A exigência foi feita no começo de 2022 pelo Roskomnadzor, órgão ligado ao governo russo que fiscaliza a internet no país.

Após a aprovação de uma lei que dá às autoridades russas o poder de prender quem divulga fake news sobre a guerra na Ucrânia, a produtora a reavaliou o cenário e decidiu pôr um ponto final em sua operação na Rússia.

“Dadas as circunstâncias, decidimos encerrar nosso serviço no país”, disse um porta-voz da Netflix ao Mashable. De acordo com o site Statista, a Netflix possui aproximadamente de 1 milhão de usuários na Rússia. É um grão de areia quando comparado à quantidade de usuários da plataforma nos Estados Unidos e no Canadá somados: 75 milhões; um dos menores mercados da empresa, que tem 225 milhões de clientes no mundo.

A saída da Rússia é mais um gesto simbólico: a plataforma é um dos primeiros serviços de streaming a suspender 100% do acesso ao país. Antes, a Disney anunciou que iria suspender estreias de seus filmes nos cinemas e no Disney+, mas não retirou o serviço do ar.

Provedor de internet cita ciberataques ao deixar Rússia

A Congent Communications, por sua vez, adotou uma medida para estancar “a fonte ciberataques e desinformação” alinhados ao governo do presidente russo Vladmir Putin.

Desde a invasão à Ucrânia, uma guerra cibernética vem mirando sites e páginas oficiais de governos e empresas dos dois lados. Do lado ucraniano, o governo convocou um exército de TI para lutar pelo país. Até o momento, esse contingente de “soldados digitais” hackeou os domínios oficiais do Kremlin e bancos da Rússia.

Mesmo assim, horas antes da invasão, um malware que apaga dados invadiu diversos computadores na Ucrânia. Já no dia 18 de fevereiro, alguns sites da ucranianos também foram vítimas de ofensivas hacker. Moscou não assumiu autoria de nenhum desses ataques.

Apesar de tentar impedir ciberataques pró-Kremlin, a Congent contou à Reuters que essa foi uma decisão “difícil”, porque a internet poderia ser usada pelos russos como uma fonte de notícias sem o viés de Moscou.


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