Junia Hayashi, uma das líderes do Movimento Dunamis, acredita que a Bíblia é o manual perfeito para apontar a identidade da mulher. É assim que ela tem encarado sua vida como esposa e mãe de quatro filhos.


“O Senhor expande a nossa capacidade conforme precisamos dela”, declarou Junia em entrevista ao Guiame, realizada no Mês da Mulher.


Junia se casou com o pastor Téo Hayashi aos 24 anos, depois de 10 meses de namoro e noivado. Ela conta que o primeiro ano de casamento foi um ano sabático no ministério, onde ela aprendeu a ser esposa e o valor da submissão bíblica.


“Passamos por um processo de namoro e noivado rápido, apesar de termos uma grande convicção no Senhor. E quando nos casamos, eu percebi que tinha que lidar com uma certa rebeldia. Eu era muito independente, assim como meu marido também era. Eu, em especial, tinha muita dificuldade em me submeter, mas não sabia disso”, Junia se lembra. 


“Toda essa raiz de feminismo que nem sabemos que faz parte da gente, acaba influenciando. Uma parte do feminismo nada mais é do que a ideia de que você consegue sozinha, você tem que ser forte, ninguém pode mandar em você, você faz o que quiser da sua vida”, ela observa.


E esclarece: “Não podemos ter um relacionamento em que o homem controla a mulher, de forma alguma. Mas existe uma harmonia tão linda quando o homem exerce o seu papel, que é ser o cabeça, e a mulher se submete à visão do marido, e juntos eles são uma força e trabalham para o Reino de Deus de uma forma muito mais equilibrada.”



O valor da submissão bíblica


Junia destaca que quando Deus criou a mulher, Ele declarou que ela seria uma “ajudadora idônea” — ou seja, alguém equivalente, que era exatamente o que o homem precisava. Por outro lado, ela observa que Deus não menciona o homem como um “ajudador idôneo”.


“Sendo assim, seu papel é ajudar o marido em sua caminhada e, sendo assim, ela está debaixo da missão e visão de Deus para a família”, explica Junia.


Ela também lembra que enquanto Deus determina que a mulher se submeta e honre seu marido, o Senhor determina ao homem que entregue sua vida pela esposa, assim como Cristo entregou sua vida pela Igreja.


“Então percebemos que não é algo como: você vai ser capacho e ele não vai fazer nada. Existem os dois lados”, afirma. 


Nos casos em que o marido não tem exercido sua função bíblica, Junia aconselha que as esposas permaneçam em obediência à Palavra de Deus. “O Senhor não fala ‘se submetam somente quando seu marido te amar assim’. Ele diz ‘se submetam, esposas’. Precisamos confiar, largar mão dos pensamentos feministas que são antibíblicos e ferem a família, e crer que seu marido é um homem que ouve a Deus.”



Falando sobre o feminismo, Junia lembra que esta ideologia defende que homens e mulheres têm papéis iguais, enquanto a Bíblia determina funções diferentes. 


“Você tem um papel diferente, e graças a Deus que não é igual. Cada um tem que entender os seus papéis, ouvir do Senhor a direção e abraçar os papéis específicos, de forma que vá fazer com que essa família realmente tenha sucesso e seja frutífera”.


Uma mãe em tempos modernos


Junia é uma jovem mãe de quatro filhos — um modelo de família que tem sido cada vez menos incentivado em uma cultura que valoriza a independência da mulher, seja do marido ou dos próprios filhos.


Por outro lado, o cristianismo tem fundamentos que valorizam a família. “Tudo começa em nosso entendimento do Evangelho, que não é egocêntrico, mas cristocêntrico. Hoje, essa independência que vemos em muitas mulheres tem muito a ver com você ser o deus da sua própria vida. Quando temos essa revelação do cristianismo, entendemos que não somos de nós mesmas, nós não somos de mais ninguém a não ser de Cristo”, Junia pontua.


“Isso faz com que eu entenda que estou a serviço de Deus, então eu preciso ouvir o que Ele tem para mim. Eu tenho que ouvir Dele: onde eu devo morar? Com quem devo casar? Quantos filhos devo ter?”, continua.


“Não sou a favor de você ter quantos filhos você possa engravidar, mas sim que você deve ser movida pela Palavra de Deus. Quando Ele libera a Palavra, há uma provisão e capacitação para que você venha viver essa Palavra.”



Junia em momento de oração pelos filhos. (Foto: Instagram/Junia Hayashi)


Vida devocional com filhos 


Questionada sobre como a mulher pode equilibrar as responsabilidades do dia a dia e a vida devocional com filhos, Junia apresenta uma visão prática do ensino.


“É muito importante pensarmos, a princípio, em como Jesus fazia discipulado. Ele não fazia um discipulado que se retinha a 15 minutos do dia ou 1 hora de café semanal. Ele tinha um discipulado que era a vida contínua com Ele. Quando entendemos isso, muda a nossa perspectiva acerca de todo o discipulado que faremos na vida”.


Ela então explica: “Com os meus filhos, eu já acordo fazendo discipulado. Eu os ensino como devem se portar, como sentar à mesa, que eles devem orar agradecendo pelo que têm, e quando eles brigam eu ensino: entrem naquele quarto e fechem a porta, porque vocês só vão sair daí se amando. Isso é o discipulado, é uma vida devocional que não se restringe a apenas uns minutos do dia, mas está costurada por nossas tarefas comuns do dia a dia.”


Junia também destaca a importância de separar um tempo para o ensino bíblico, de forma intencional. “Na nossa casa, no fim do dia, esse é o papel do Teófilo em específico. Ele dá banho nos meninos, os põe na cama, conta uma história, ora com eles e adoram juntos. Já eu passo o dia todo orando com eles, ensinando sobre Jesus.”


Para ela, o segredo de uma vida equilibrada é discernir a direção de Deus: “Esses malabares que temos que viver como mulher vai de você entender a temporada em que está vivendo. Se eu estou numa temporada em que Deus fala: ‘Fique mais em casa, seus filhos precisam de você’. Eu vou ficar. Se eu estou numa temporada em que Deus fala: ‘Vá, que eu sustento a casa’. Eu vou, entendendo que há graça de Deus para minha casa. Se você tenta ir quando deveria ter ficado, não há graça para você. Se você não vai porque acha que deveria ficar, também não há graça para você e tudo vira um peso.”


Modo bíblico de educar


Junia observa que há uma corrente de ensino que prega que os pais devem evitar dizer “não” aos filhos — algo que, em sua visão, não é compatível com a educação baseada na Bíblia.


“Eu tenho que entender que Deus é um bom Pai, e um bom pai também fala não, sem precisar dar justificativas para tudo o que diz”, afirma.



Pastor Téo Hayashi em devocional com os filhos. (Foto: Instagram/Junia Hayashi)


“Nós, como pais, somos o primeiro entendimento dos filhos acerca da autoridade e liderança de Deus”, acrescenta. “O amor também é firme, porque eu estou comunicando ao meu filho: confie em mim. Não importa o que o mundo fale, a Palavra de Deus vai acima de todas as coisas.”


Junia também defende que é preciso educar os filhos com a vara da disciplina: “Temos que perceber que uma criança novinha entende mais do que a gente imagina, mas não entende tudo. Quando eu trago uma correção com a vara, eu mostro uma consequência muito pequena da decisão que ela tomou.” 


“Quando eu disciplino com a vara, como Provérbios diz, eu entendo que a consequência que eu trago para ele é controlável. Se eu deixo meu filho entregue a si mesmo, a seus próprios prazeres e vontades, as consequências que o mundo vai trazer são muito mais doloridas e eu não vou ter controle sobre elas”, esclarece.


Junia então faz um paralelo com a nossa vida, como filhos de Deus. “Precisamos, como pai e mãe, entender que temos um só Senhor em nossa vida, e Ele vai nos direcionar em todas as coisas. Você entendendo ou não, tendo garantias ou não. Ele simplesmente fala e você faz. Essa é a absoluta Palavra de Deus que vai contra o que o mundo prega, que é o relativismo.” 


“Temos que ter muito cuidado com a forma como o mundo está tentando ensinar criação de filhos, porque é muito relativo. Vivemos pela Palavra do Senhor, e não mais pelo que achamos ser bom. Nos mantemos firmes nisso e ensinamos aos nossos filhos, para que eles se mantenham nos caminhos do Senhor”, Junia finaliza.



Guiame/Liberdade FM - Foto - Divulgação